Fatores subjetivos

Retórica

“Typography must de clear—at its best virtually invisible!” (Weildon)

“Typography is the efficient means to an essencially utilitarian, and only acidentally aesthetic, end, for the enjoyment of patterns is rarely the reader’s chief aim”

“... any disposition of printing material which, watheaver the intention, has de effect of coming between author and reader, is wrong” (Stanley Morison em Weildon)

Hoje, a situação é um pouco diferente, a tipografia não poderia deixar de ter se influencada pelo pós-modernismo, e mesmo entre os designers da informação, a suposta neutralidade é discutível e até condenável. Um dos marcos dessa mudança é o artigo “The rhetoric of neutrality” de Robin Kinross, cuja idéia era bem simples: nenhum design é neutro, nas suas próprias palavras. Alguns designers atuais aceitam que comunicação monossêmica é apenas um sonho, diferentemente das companhias que pagam por seus trabalhos.

“Muitos de nós nos tornamos designer da informação porque queríamos ajudar as pessoas, e isso é dificilmente neutro. As Grandes corporações para as quais nós trabalhamos não são neutras por nenhum esforço da nossa imaginação e isso é refletido nos designs que fazemos para elas.

Mas nenhuma retórica é invulnerável. Se você entrar em alguma organização que acabou de ter uma nova identidade corporativa feita, você vai encontrar alguém (normalmente deprimido e cabisbaixo) que vai te dar uma maravilhosa e parodiada interpretação da ‘nova imagem’. “ (David Sless 1995)

Na verdade, a neutralidade desejada fica em segundo plano, depois dos interesses do cliente. A comunicação tem que ser objetiva, mas junto com ela deve vir uma retórica (que normalmente também é conteúdo do texto propriamente dito) publicitária e até, porque não, persuasiva, agregando conteúdo subjetivo à mensagem.

Outra corrente, o pós-estruturalismo, acredita que o design deve aproveitar sua vocação comunicativa subjetiva para contribuir para o social, para um mundo comum e a possibilidade de sigificados compartilhados.

Uma grande ironia é que essas idéias de “um mundo melhor” são amplamente utilizadas justamente pelas grandes corporações para agregar valor e simpatia mundo afora. Gostando ou não, é interessante investigar quais são esses elementos que permitem ampliar o significado de um texto.

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© Ariane Stolfi, CNPQ, 2002