Breve história
da técnica da escrita

DDos primeiros dispositivos eletrônicos aos personal computers

Já nos anos 40, existiam dispositivos eletrônicos de representação de dados. Inicialmente utilizado para telas de radares e sonares. A tecnologia foi se desenvolvendo e logo os tubos de raios catódicos estavam sendo muito utilizados para representação de dados diversos. Em seu livro Produção Gráfica, de 1974, James Craig já cita modelos de fotocomposição digital e compositoras com visores, onde se podia editar o texto e alguns modelos mais avançados onde se podia fazer a paginação. Os anos 70 também marcaram o lançamento do Aple, um computador para uso pessoal com letras de resolução de 5x7 pontos. novamente transformando a aparência dos tipos de maneira radical. Além disso, impressora matriciais também passaram a ser disponíveis, permitindo a impressão em casa de dados digitais. Em 1984 já era possível trabalhar com tipografia em computadores.



monitor de computador de uma fotocompositora (Craig, 1979)
esquema de fotocomposiÁ„o

As imagens geradas por tubos de raios catódicos, como são os antigos monitores e televisores são produzidas de maneira muito diferente de outros tipos de reproduções de imagens, incluindo o cinema. Nesses dispositivos, a imagem não existe propriamente dita, ela é formada por sucessivas rajadas de elétrons que iluminam apenas um ponto de cada vez, mas de modo tão rápido que nossos olhos não conseguem perceber. Assim, ele traz dois grandes problemas para o conforto: a luminosidade e uma cintilância que pode provocar cansaço visual.



esquema de funcionamento de um tubo de raios catódicos (Richards,1980)
tubo de raios catÛdicos



A tecnologia continuou evoluindo constantemente. Alguns teóricos dizem que desde 1900 a capacidade de processar informações dobrou a cada 18 meses. Além disso, o acesso fica cada vez mais barato, como podemos ver no gráfico abaixo, mas embora nossos monitores sejam bem melhores que os antigos displays,(os atuais computaodres têm cerca de 92dpi, os antigos, tinham 72, mas já existem monitores de 165 e 300, mas não para uso pessoal) a tecnologia de representação ainda deixa muito a desejar se comparada com o bom e velho papel. Não só pela resolução inferior como também pela luminância que incomoda e pela postura de leitura também. A mudança de resolução trouxe a necessidade de novos desenhos compatíveis com as limitações dos displays.



o crescimento exponencial dos computadores, grafico que mostra quanto processamento podia ser comprado com 1000 dólares (Kurzweill,1999)

Este processo causou mudanças profundas na tipografia. Uma das mudanças é que os caracteres perderam sua dimensão física, e se transformaram em informação pura, de tipos, passaram a ser chamados de fontes. Essa mudança fez com que os custos de transmissão das fontes passasse a ser ínfimo, e a possibilidade de multiplicação infinita. O fato de se tornarem informação pura também permite sua edição por qualquer indivíduo que tenha um programa de edição de fontes, com a simples mudança de posiçào de algumas linhas e pontos. Isso não significou que eles passassem a ser gratuitos, porque o trabalho do tipógrafo ainda tem que ser pago, por meio dos direitos autorais. Mas ainda assim, cresceu a possibilidade de aquisição de fontes pelos designers. Mas ainda assim existem muitos tipógrafos que distribuem gratuitamente suas fontes na internet, embora a maioria seja fontes de baixa qualidade ou de desenhos experimentais, existe a possibilidade de se encontrar bons exemplares.

Além disso, é muito fácil a utilização de fontes diferentes e diferentes tamanhos de caracteres em uma mesma linha que era bastante complicado nos demais processos de composição anteriores. Essas novidade causou bons resultados, no passo que dotou bons designers com ferramentas muito mais capazes, mas tabém causa alguns pequenos desastres ao oferecer recursos demais para qualquer interessado. O acesso facilitado permite com que qualquer indivíduo minimamente treinado possa se intitular designer gráfico, somente devido ao treinamento nos softwares, somado isso ao fato de que o design não é uma profissão regulamentada, o resultado é uma legião de profissionais leigos nas disciplinas do design, como a tipografia, por exemplo.



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© Ariane Stolfi, CNPQ, 2002