Esse ponto de vista radical do tipógrafo inglês é bastante radical, mas reflete uma visão de que o papel do designer é manter as coisas da maneira mais clara com o mínimo de interferência possível. Beatrice Warde e sua metáfora da “redoma de cristal” comparava a tipografia com um recipiente tranparente, que não adiciona nenhuma cor ao sentido do autor, dessa maneira, os tipos deveriam ser naturais e discretos, e não deveriam ter nenhuma personalidade ou maneirismo e as linhas deveriam ser colocadas de maneira a fazer o olho deslizar suavemente pelo papel.
Uma das maneiras de conseguir isto era, por exemplo, compor de acordo com o período da peça, fazendo livros alusivos. Outros acreditam que a neutralidade é conseguida sem alusão, apenas compondo com discrição e usando fontes sem serifa.
De qualquer maneira, existe uma discussão muito antiga a respeito do que é neutralidade, e acima de tudo, se neutralidade é possível.
Essa questão nos remete a algumas questões de semiótica, que é a quantidade de significados ou interpretações possíveis de uma imagem. Um design neutro, é aquele que faria com que o texto fosse uma imagem monosêmica,ou seja, teria apenas um significado, ao invés de polisêmica. A discussão era então sobre a possibilidade de atingir essa meta, e nesse processo entram algumas teorias matemáticas aplicadas ao design.