Breve história
da técnica da escrita

Tipografia

Quando Gutemberg inventou os tipos móveis na alemanha, procurou imitar os manuscritos góticos — tipos chamados de Blackletter — e é sabido que alguns dos primeiros livros impressos foram vendidos como se fossem manuscritos. Mas a dificuldade de execução dos tipos, (que eram gravados em um punção de aço, que depois era batido em um bloco de cobre, que por sua vez servia de matriz para a fundição dos tipos de chumbo) além da difusão da impressão pelo resto da Europa, fez com que os tipos (no séc XVI) mudassem para outros de linhas mais grossas — Chamados hoje de venezianos, segundo a classificação da Association Typographique Internationale. algum aprimoramento nas técnicas propiciou o surgimento dos tipos garamond, que eram um refinamento dos venezianos.


sistema de Gutemberg de fundiÁ„o de tipos
a. Punção
b. Matriz de cobre
c. molde do tipo (sem a matriz)
d, e. molde do tipo aberto para retirada do tipo
(Meggs, 1983)
matriz tipografia

Na verdade, Gutemberg não inventou a imprensa, os chineses já imprimiam `a partir de blocos de madeira muito antes, e Laurens Coster of Haarkem já havia feito experiências de reaproveitamento de tipos dois anos antes, mas ele inventou um método de manter os tipos fixos e de fundição que permitia a multiplicação de uma forma apurada e em grandes quantidades, além do desenvolvimento de um sistema de impressão e de tinta especial para impressão (Turnbull, 1964)



uma p·gina da Gênesis, da bíblia de Gutemberg. (Meggs, 1983)
gutemberg bible


à esquerda, composicao tipográfica impressa junto com os espaçadores, à direita, prova de impressão da mesma composição. (Ruder, 1967)
composicao em metal


No século XVIII, o surgimento da tecnologia de gravação em cobre que permitia o desnho de traços mais finos propiciaram o surgimento dos tipos chamados de modernos, como o Didot e o Bodoni.

Mais tarde, a litografia que surgiu no final do século XVIII propiciou o surgimento de tipos de desenho livre, como os sem serifa, os egípcios e os de serifas arrematadas, além de tipos decorativos. Isso foi possível porque com a litografia o tipógrafo pode desenhar com seus instrumentos habituais, que são a o pincel, a pena, a régua, o compasso, entre outros.

diferenca de traÁo
demonstração de Frutiger de como o traço dos tipos varia de acordo com a tecnologia. (Frutiger, 1999)
serifas ornamentais
tipos com serifas ornamentais e cortadas, típicos do período de abundância de tipos decorativos, trazidos com a revolução industrial. e posters em tipografia de madeira de 1984.(Meggs, 1983)
serifas ornamentais


Mas assim como evoluíram os processos de desenho de tipo, evoluíram também os métodos de impressão e os métodos de composição. Até o final do século XIX, quando foram inventadas as primeiras máquinas de fundição de linhas, as composições eram feitas letra por letra, individualmente. A Linotype, inventada em 1889 era uma dessas máquinas em que o operador digitava o texto em um teclado, e a máquina se encarregava de ir agrupando os tipos, que depois eram fundidos linha por linha (com um tamanho máximo de 30 paicas). Um erro podia acarretar em ter que refazer até todas as outras linhas do mesmo parágrafo. O sistema monotype era parecido, a não ser pelo fato de que antes de fazer a composição, o texto era digitado e marcado em um papel perfurado, que determinava para a fundidora as informações de texto e a respeito de espaço extra. Apesar dos avanços, esses sistemas não causaram mudanças nos desenhos dos tipos, uma vez que o processo de impressão era o mesmo.



visão esquemática de uma linotipo.
(Craig, 1979)
linotipo
topo | home | referencia

© Ariane Stolfi, CNPQ, 2002